Como nos referimos ao modelo de língua?
Vítor Garabana Thu 23 Nov 2017 9:42PM
Se quero ressaltar que é a mesma língua que o português, por exemplo em conversas com pessoas portuguesas, galego-português. Mas às vezes com pessoas galegas, para ressaltar a sua utilidade internacional, galego internacional
Gonzalo Constenla Bergueiro Fri 24 Nov 2017 10:22AM
Penso que na Galiza devia ser "galego internacional" e fora complementá-lo, quando for necessário, com "galego-português".
Alberto Paz Félix Fri 24 Nov 2017 4:55PM
Está mal visto este nome por desprezar o facto da Galiza ser o origem da língua, mas a nível internacional é pouco coerente:
Português de Portugal
Português do Brasil
Português dos PALOP (não os menciono a todos por haver limite de letras)
Galego?
F. Vasquez Corredoira Wed 29 Nov 2017 10:32AM
Concordo com o que outras pessoas já dixeram aqui: mais ou menos felizes, as designações propostas não se excluem e até se complementam. Quase todas são 'contextualmente possíveis' . Há que colher uma?
Escolho três.
Ricardo Cabanelas Thu 30 Nov 2017 8:46AM
Como comentaram antes por cá, é a escolha duma marca. Galego-português para fora e galego internacional para dentro, pode ser uma boa escolha. Mas boto em falta uma cousinha. Explico no fio, isto é muito estreito.
Joám Lopes Facal Thu 23 Nov 2017 12:51PM
Galego Agal é denominaçom por excesso referida á norma Agal, a qual, aliás, carece de significado preciso agora que a mainstream da associaçom consagrou na prática o português na Galiza.
Parece um trava-línguas mas é simplesmente a imagem do desconcerto derivado da dificuldade de socializar o já veterano modelo reintegracionista.
Na minha opiniom, desculpem a insistência, galego-português (olhada retrospectiva) e galego internacional (olhada projectiva) som duas boas formas de denominaçons do projecto de re-abiltaçom do galego usual no molde do português usual.
O português da Galiza, no entanto, poderia ser umha boa forma de denominar o formato actual do idioma consagrado pola Agal.
Joám Lopes Facal Thu 23 Nov 2017 8:55AM
O adjectivo é secundário, o substantivo: galego é o que é essencial.
Desconsideradas denominaçons tam torpes como "Português da Galiza" e tam reducionistas como "galego AGAL" ficam as opçons "galego-português" de ampla aceitaçom acadêmica e "galego internacional" que aponta á superaçom da óptica regionalista que couta o idioma.
O assunto fulcral, contodo, é:
acreditamos ou nom numha variante nacional persistente e legítima ou subsumimo-la na categoria residual de subproduto irrelevante do(s) português(es)? That´s the questom, caros amigos
Eliseu Mera Quintas Thu 23 Nov 2017 10:19AM
Antes de mais, acho melhor escrevermos neste fio, como figérom o Eduardo e o Facal (e não apenas na zona de justificação do voto) porque permite uma maior interação no debate.
Quanto ao termo, sinto-me cómodo com todos os propostos, mas prefiro dous: "galego-português" e "galego AGAL". O primeiro, porque descreve uma realidade dificilmente discutível. O segundo, porque pode ser útil pensando em sites que optem por um modelo bi-normativo, onde apareceria o "galego RAG", e onde precisaríamos de um nome claro para a nossa proposta. Lembremos que a AGAL foi quem elaborou o Estudo crítico e, mais recentemente, a Ortografia galega moderna, que abrange todas as práticas reintegracionistas atuais.
Jesus Manuel Valcárcel Thu 23 Nov 2017 10:29AM
Acho que o nome mais ajeitado é o de galego-português, mas também considero afortunada a denominação (um bocadinho pedante e presunçosa) de “galego internacional”. O galego-português é uma única língua que nasce -os primeiros depoimentos escritos são do século IX- no noroeste fa Península Ibérica (Galiza, parte de Astúrias e Castilla, e o norte de Portugal) e que, com a Reconquista, avança por toda a faixa atlántica ocidental até o Algarve. A partir das conquistas de Portugal, o galego-português estendeu-se pelo mundo e, hoje em dia, é língua oficial (como primeira ou segunda língua) de dez estados e outros territórios.
No aquém Minho deu-se um processo de mistura das falas que teve como resultado, em parte, a influência do castelhano na língua da Galiza. Pelo contrário, ao sul do Minho foram as elites as que conservaram a língua e não encontrou dificuldades.
Interessa ressaltar que os especialistas não são capazes de situar no tempo ´o momento´ no que galego e português separar-se-iam (porque Portugal é independente como dissemos desde o século XII, com dom Afonso Henriques) e, no entanto, ambos territórios compartilham uma extraordinária literatura comum galaico-portuguesa entre os séculos XIII e XV. Também não são capazes os especialistas de situar ´um lugar´ no que galego e português separar-se-iam porque as isoglosas não se correspondem com as fronteiras políticas e há um continuun linguístico que, com diferentes variantes, ocupa a faixa atlántica desde o cabo Ortegal ao de San Vicente. Há um continuum linguístico que se mostra com evidência ao norte e ao sul do Minho.
Não é possível estabelecer isoglosas que permitam delimitar o lugar concreto no que transitar-se-ia de uma língua à outra e, o que não tem limites definidos, faz parte por definição de uma mesma entidade. Não há separação nesse continuun nos planos fonético, léxico e sintáctico porque existem variedades diatópicas tanto na parte galega quanto na portuguesa. De modo semelhante, não é possível estabelecer onde acaba o cántabro e começa o burgalés ou onde acaba o espanhol e começa o andaluz, porque se trata da mesma língua espanhola que apresenta diferentes variantes geográficas.
Não estamos ante duas línguas muito próximas senão ante uma única língua no tempo e no espaço. Não estamos ante codialectos com uma origem comum que com o tempo se foram distanciando, senão ante uma única língua que se fala na Galiza (Espanha) e em Portugal. Galego e português foram sempre, historicamente e geograficamente, um mesmo idioma, como ocorre com muitas outras línguas no mundo que se falam em vários países. É a mesma língua que se denomina na Galiza galego e é conhecida internacionalmente como português. O seu nome mais lógico seria galego-português.
Portanto, o termo apropriado para denominar o âmbito da nossa língua não é lusofonía (que lhe outorga a Portugal uma posição de domínio metropolitana com respeito à língua comum que não lhe corresponde), o nome que consideramos mais adequado para a língua comum, à margem de chauvinismos e caprichos, é o de galego-português porque é o que melhor recolhe o seu nascimento nos territórios do noroeste e também a sua evolução e expansão históricas. Por outra parte, essa denominação conjunta de galego-português assemelha-se a outras dobres denominações, para línguas, que existem no mundo: espanhol - castelhano; catalão - valenciano; rumano - moldavo: provenzal - occitano... ou serbocroata.
Eduardo Xesús Sánchez Maragoto · Wed 22 Nov 2017 10:08PM
Na minha opiniom "galego-português" é a forma chamada a perdurar, mas há quem diga que esta expressom está demasiado vinculada ao período medieval. Em todo o caso, agora devemos priorizar a mais pedagógica de "galego internacional". É a que mais nos afirma como galeg@s e, ao mesmo tempo, a que ilustra as possibilidades comunicativas da nossa língua.