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Opiniões sobre a Criminalização da Exploração Animal

LS Leonardo Sampaio Public Seen by 171

(tópico movido do grupo antigo)
Iniciado 1 mês atrás por Wellington Gonçalves
Eu não sou Vegano,mas já cheguei a conversar em alguns grupos de facebook de Veganismo e com militantes Veganos e alguns deles falaram em apoiar a ideia da criminalização e proibição de toda forma de exploração animal,ou seja,proibir e criminalizar o comércio e consumo de carne e derivados de animais,além da criação destes com o fim de obter tais derivados.Já cheguei a bater um papo sobre isso com outros Piratas,mas gostaria de saber a opinião de vocês,a respeito.Achariam que seria interessante,em seus pontos de vista,o Partido Pirata propor a criminalização dessas práticas ? Se sim,como isso seria feito ?

Leonardo Sampaio
Isso tem que ser muito bem discutido. Os piratas em geral não apoiam a criminalização (em temas diversos, não falo especificamente sobre exploração animal), e sim a transformação social. Apoiam a liberdade antes da criminalização. Mas quando a liberdade de alguém está ameaçada (no caso, dos animais) então alguma coisa há de ser feita. Eu não sou da área do direito, então não sei até onde algo é da esfera cível ou criminal. Sei que já condenamos muitas práticas relativas à exploração animal, mas não temos trechos criminalizando. Realmente é um ótimo debate. Apoio que devemos conversar a respeito.

Fabiane K Bogdanovicz
Eu não consigo pensar que criminalização das coisas seja a melhor escolha. Criminalizar algo, como a palavra diz, cria um crime - e criminosxs. Encher ainda mais as cadeias é só aumentar ainda mais um outro problema já existente. E esse é o tipo de lei que facilmente seria desacatada (uma pessoa que crie uma galinha escondida em sua casa e depois mate para comer, por exemplo). Já existem leis contra rinha de galo, e estas ainda existem amplamente pelo Brasil. Porque a prática cultural é mais forte do que a lei. E nós vivemos no país do churrasco. Portanto, é em cima das práticas do dia-a-dia, na política do cotidiano, que precisamos atuar.

Penso que o fim da exploração animal deva vir por outras frentes, como a educação (ambiental, nutricional e até mesmo afetiva, para desenvolvimento da empatia, em uma época em que o que reina é a apatia), a divulgação cada vez maior da causa, a ampliação da oferta de produtos livres de exploração animal, a luta política pelo fim das práticas (como o uso de animais em universidades e centros de pesquisa), a conscientização das pessoas (como com relação a zoológicos, para que o público pare de frequentar), e afins. Acredito também que a própria demanda ambiental vai empurrar para a diminuição do consumo da carne, como indica o relatório da ONU a respeito.

Uma coisa que talvez pudesse ser feita legalmente é o que a França acabou de fazer, mudar o status legal dos animais de bens móveis para “seres vivos dotados de sensibilidade”, no Código Civil. Isso seria uma mudança que demandaria outras mudanças, como na educação (parar de mentir que as galinhas “nos dão” seus ovos e carne, e deixar claro que se tratam de roubo e de assassinato, por exemplo). E demandaria também uma mudança de paradigma, tendo um impacto maior nas práticas. Porque o que dá sustentação para a exploração dos animais é a concepção de que eles são coisas, não pessoas (herança maldita do Descartes). Na Índia, como um outro exemplo de mudança de paradigma, os golfinhos passaram a ser considerados como pessoas não-humanas (lembrando que “pessoa” é toda entidade que é sujeito de direito, e aí temos as pessoas jurídicas). Assim, penso que as ações no sentido de mudança de paradigma com relação aos animais são as que têm maior potencial para mudanças comportamentais, culturais. O que é muito mais eficiente do que criminalizar práticas que são aceitas socialmente.

Leonardo Sampaio
É isso que eu queria dizer :) Obrigado!!
Esse é o ponto de partida no Partido Pirata. Ainda assim penso que em alguns casos deva constituir crime. Tem situações que exigem uma medida mais imediata, tem casos onde não dá pra esperar uma sociedade sádica inteira se readaptar, e que um cidadão comum poderia fazer uma denúncia e assim acabar com o sofrimento de um ser senciente.

Wellington Gonçalves
@leonardosampaio quais seriam as práticas que você gostaria que constituíssem crime e que hoje são legalizadas,destas que exigem intervenção imediata ?

Wellington Gonçalves
@fabianekravutschke,falando um pouco e aproveitando o gancho quando abordou de leve a questão da Educação : Não sei se tenho um pensamento equivocado,mas eu tendo a não gostar da ideia de usar as Instituições de Ensino como “Instrumento de transformação Socio-Cultural” em prol de ideologias específicas e gostar mais da ideia de Instituições de Ensino como “Instrumento de divulgação de Conhecimentos e promoção de debates e troca de ideias”.Eu creio que a divulgação da Ideologia Vegana deve-se fazer por meio de grupos independentes dessas instituições e de debates internos entre estudantes e professores e não como algo “da Grade Curricular”.O que dá pra fazer,pensando em Escolas,é divulgar dados científicos que são mais consenso dentro da Comunidade Científica,como “diminuir o consumo de carne de gado traria ganhos socio-econômicos” e estimular o consumo de Verduras,Legumes e Frutas na dieta das crianças através de projetos educacionais que envolveriam as crianças e seus responsáveis (anda tendo um aumento significativo e preocupante do consumo de Junk Food).O que não se pode exigir,dentro dessas instituições de Ensino,é a divulgação,por parte dos professores e Instituição,do discurso da “Moral Vegana”.Este deve ser feito pela Militância de maneira externa e independente dessas Instituições….eu acredito que a transformação social se dá partindo,primariamente,do Indivíduo que vai “contaminando” a sua Comunidade através de troca de ideias,debates e informações,e não partindo “de cima para baixo”,como algo semelhante a uma “Doutrinação”.Pelo menos é o que creio ser mais saudável para livre fluxo de ideias

Leonardo Sampaio
@wellingtongoncalves1 Não tenho essa resposta ainda. Precisamos do debate.

Wellington Gonçalves
também questiono se o PIRATAS deveria utilizar da Moral Vegana como bandeira.Creio que as ideias baseadas principalmente em evidências científicas do impacto socio-econômico do consumo de carne de gado todos os dias trás seria interessantes,mas eu tenho minhas dúvidas se o discurso Moral que eu já tive contato com pessoas Veganas de que “quem come carne de animais,é imoral” deveria ser adotada pelos PIRATAS,creio que não…acabaria se tornando um discurso doutrinante e poderia cair em Proselitismo,o que é negativo

Leonardo Sampaio
Queremos incluir a defesa dos direitos animais em nossas cláusulas pétreas. Se virar cláusula pétrea, não vai poder mudar nunca mais (exceto desativando o partido e criando outro novo). O que pode mudar é o programa - a explicação do que entendemos por direitos animais e a abrangência disso.
Não temos medo de “perder eleitores” por defendermos uma causa que consideramos justa. O que não queremos fazer de forma alguma é o oposto: ceder a interesses externos, que vão contra nossos preceitos e valores, com o intuito de conseguir maior adesão popular.
A questão então está em como consta o veganismo em nosso programa hoje, e como queremos que seja. Vou postar o programa atual num outro tópico, assim você poderá fazer críticas pontuais se quiser.
Não creio que sejamos proselitistas, quando estamos defendendo direitos de animais: seres vivos, pensantes, que sentem dor e emoções, possuem vontade própria e tantas outras características tão… “humanas”… Queremos proteger os direitos dos animais, isso é ser proselitista?

Fabiane K Bogdanovicz
Bom, concordo que algumas medidas mais imediatas são necessárias de fato, infelizmente.

Sobre a educação, não podemos esquecer o fato de que ela não é neutra. Existe uma escolha de currículo, que coloca certas disciplinas como mais importantes do que outras. Por que não temos política, ética, educação nutricional, metodologias participativas, metodologias baseadas na educação popular freiriana, na pedagogia da convivência, etc. etc. etc.? Existe uma escolha nada ingênua aí, tanto em conteúdo quanto em forma, na educação. Direitos animais é uma pauta transversal, que transita pela Ética, pelo Direito, pela Biologia, pela Psicologia, pela educação ambiental, pela educação nutricional, pela Filosofia. Eu não acho que deva existir uma disciplina para doutrinação vegana. Eu acho que deva existir uma disciplina que explique os impactos da alimentação no meio ambiente (estamos em um contexto de crise hídrica e as pessoas se iludem achando que a diminuição do consumo doméstico vai ter um impacto muito significante na economia de água, sendo que a quantidade de água que é usada na pecuária é intensamente maior do que a água usada no consumo doméstico) e os impactos na saúde. Que a Biologia não seja cartesiana, que a Psicologia não seja utilitarista, que a escola ensine o pensamento crítico, o respeito, a empatia e a sensibilidade, para que as pessoas possam juntar os pontos e, mais que isso, para que a organização da sociedade seja baseada em uma ética da convivência. Esse é o papel de uma educação libertadora, e nós simplesmente não temos isso.

É preciso ficar muito claro que não se trata apenas de “diminuir o consumo da carne”. Isso é um ponto extremamente necessário para que este planeta continue sendo minimamente habitável! Os impactos causados pela pecuária são muito drásticos, e já estão extensamente reportados pelas pesquisas (o que significa que a escola e a mídia têm obrigação ética de ensinar e divulgar isso, mas elas fazem a escolha de não fazê-lo). Mas esse não é o ponto principal. O ponto principal é que animais são seres sencientes. Não são objetos, não são coisas, não são posses. Não existe justificativa moral para sua exploração. Não existe justificativa moral para os zoológicos, para a indústria do couro, para a pecuária, para a vivisecção. Porque existem outros métodos. Existem opções. Existem alternativas para tudo isso, que não propagam a violência, a dor e a subjugação.

Wellington Gonçalves
Um ponto do seu comentário não ficou claro pra mim, @fabianekravutschke
“Que a Biologia não seja cartesiana”.
Com a devida contextualização,o pensamento de Descartes sobre a razão,a grosso modo,era que “a Razão é o caminho pra se alcançar a Verdade e que existe uma Verdade Objetiva”…adaptando pra Biologia,seria algo como “A experimentação e observação objetiva em busca de evidências é o caminho ideal pra se validar uma tese ou estudar um fenômeno,sem espaço pra subjetivação.ex : Pesquisas para entender e estudar o processo da Divisão Celular”.O que seria,pra você,uma Biologia não cartesiana e onde a Biologia atual está errando ? Em que pensadores a Biologia deveria se pautar,na sua visão,Fabiane ?

Wellington Gonçalves
Sobre a ideia de ativistas Veganistas de que os animais possuem um nível de senciência equivalente ao Humano e,por isso,não justificando seu consumo,além de algumas pautas deles que,baseadas nisso,buscam o dito “direito de pessoa-não humana” pra algumas espécies
Existem evidências científicas para isso ? Quais Artigos científicos revisada pelos pares colaboram pra essa visão do Veganismo da equivalência da Senciência Humana e de Cães,Porcos,Vacas,etc e quais artigos vão contra ?

Leonardo Sampaio
Sim, absolutamente. Veja por exemplo este manifesto assinado por um grupo multidisciplinar de cientistas proeminentes:
http://fcmconference.org/img/CambridgeDeclarationOnConsciousness.pdf

Fabiane K Bogdanovicz
Não existe falta de conhecimento na ciência quanto à inteligência e sensibilidade animal. Isso é vastamente conhecido há algumas décadas. Um ótimo exemplo é esse manifesto que o Leonardo linkou. O problema é que há uma negação em conceder aos animais o status que eles de fato merecem.

Quanto a pensadorxs da Biologia, essa não é a minha área, portanto não sei citar autorxs, apenas duas autoras que são biólogas aqui da minha cidade e são veganas ativistas: Andresa Jacobs e Marcela Godoy. Elas são algumas das autoras do livro Educação Vegana: Tópicos de direitos animais no Ensino Médio, do organizador Leon Denis (tem uma resenha aqui: https://www.academia.edu/5890040/_Review_L._Denis._Educa%C3%A7%C3%A3o_vegana_T%C3%B3picos_de_direitos_animais_no_Ensino_M%C3%A9dio_-_2013_ ).

Aqui tem uma entrevista da Andresa; http://www.ligaanimalista.com.br/entrevistas/2/andresa-jacobs

Aqui fala um pouco sobre a questão do veganismo dentro da escola, como faz sentido ele ser abordado:
http://www.anda.jor.br/27/02/2015/escola-basica-ensino-fundamental
http://www.anda.jor.br/01/04/2012/abolicionismo-animalista-dentro-e-fora-da-escola

E por último, sobre o Descartes, ele foi um dos filósofos mais prejudiciais aos animais, pois “decretou” que os animais seriam meros autômatos, sem alma, dando embasamento para o uso massivo de animais em pesquisas e testes, através da vivissecção: http://pensataanimal.net/arquivos-da-pensata/118-simonenardi/284-descartes-qa-razao-sem-razao1q-critica-ao-automatismo-animal
Rousseau e Voltaire tentaram responder a esse disparate proferido por Descartes (como resumido em http://pt.wikipedia.org/wiki/Direitos_dos_animais ), mas, infelizmente, a voz que influenciou mais o tratamento que os animais vieram a receber posteriormente foi do equivocadíssimo Descartes.

LS

Leonardo Sampaio Tue 17 Mar 2015 12:23AM

Não acho que o caso seja mostrar que todos devam possuir O MESMO grau de consciência dos humanos, pois mesmo humanos o possuem em graus variados. Respeito à diversidade é pauta central dos Piratas.

WG

Wellington Gonçalves Tue 17 Mar 2015 4:19AM

''Não acho que o caso seja mostrar que todos devam possuir O MESMO grau de consciência dos humanos, pois mesmo humanos o possuem em graus variados. '' Sim,mas a diferença entre ''individuo x individuo'' é bem menor que ''espécie x espécie'',o que normalmente é debatido na questão da alimentação onívora.Mas enfim....

WG

Wellington Gonçalves Tue 17 Mar 2015 4:25AM

O ponto é : O Partido Pirata deve endossar a Ideologia e o Movimento Vegano em seu Programa ? E quem discorda do Veganismo,critica o conceito de Especismo ou acredita que comer carne não é Imoral (nem digo na questão ambiental,mas digo discordar da imoralidade de matar uma vida para se alimentar dela e usa-la para seu benefício) deveria ser afastado do Partido ? Pra isso,toda essa discussão deve ser posta na mesa.

LS

Leonardo Sampaio Tue 17 Mar 2015 5:04AM

Wellington, essa questão não é exclusiva do veganismo. No partido pirata vale a democracia. Foi decisão quase unânime o texto defendendo os direitos animais em nosso programa. Você acha que estamos seguindo na direção errada? Acha que o partido deveria parar de defender os direitos animais?

LS

Leonardo Sampaio Tue 17 Mar 2015 5:05AM

Ninguém vai ser afastado por discordar de uma posição do partido. Vai ser afastado somente se agir de forma contrária a uma posição do partido. Debater não é crime. Trair é.

WG

Wellington Gonçalves Tue 17 Mar 2015 3:23PM

''Acha que o partido deveria parar de defender os direitos animais?'' Sei lá...Não necessariamente...só acho que tem que tomar cuidado para não impor ideologia pras pessoas de maneira forçosa (não só pra piratas internamente,mas pra sociedade no qual o Piratas irá se apresentar) e o PARTIDO não deve dar juízo moral sobre as pessoas que comem carne ''ex: num pronunciamento de campanha no Youtube ou TV > ''Pessoas que comem carne são Imorais por matarem uma vida para fazer churrasco.Parem de comer carne porque isso é Imoral ! Pesquisas científicas com cachorros e macacos devem ser imediatamente proibidas por atentarem contra a vida.Vamos combater essas pesquisas ! Estimulamos grupos de resistência animal para acabar com elas '' Entende minha preocupação,Leonardo ? =/

DU

Fabiane K Bogdanovicz Tue 17 Mar 2015 6:10PM

Wellington, sua preocupação não faz sentido nenhum! O Partido Pirata é, por essência, anti-proibicionismo! Como vamos pautar a descriminalização das drogas e do aborto, com base nas liberdades individuais, e querer criminalizar, ou discriminar, alguém que come carne? Você está colocando um desdobramento que não existe aí nesse assunto.

"só acho que tem que tomar cuidado para não impor ideologia pras pessoas de maneira forçosa" uma frase dessa não faz sentido nenhum dentro do contexto pirata. Não consigo entender o que, de fato, você está temendo por trás disso. Parece o tipo de fala que fundamentalistas fazem perante a defesa da diversidade sexual, como se todo mundo fosse ser obrigado a ser gay depois disso.

A discussão nem sequer deveria tangenciar isso.

O que este GS tem que fazer é aprofundar as discussões, os estudos, antes de propor qualquer coisa. O Partido Pirata não faz parte da, como você coloca, "militância vegana", pois não é abolicionista. Eu, como pessoa física, sou abolicionista. Acredito que, assim como os negros eram colocados pela ciência de então como inferiores para justificar as práticas da escravidão, o mesmo tem acontecido com os animais. Não está sendo proposto que o Partido passe a ser abolicionista (eu defenderia se isso fosse proposto, pois, pelos meus estudos, debates de que tenho participado, etc., entendo que esse é o caminho a ser buscado a curto, médio e, principalmente, longo prazo).

Vou repetir mais uma vez: eu não sou bióloga, não sou veterinária, não sou zoóloga, não sou etóloga, nem absolutamente nada da área. Assim, não vou conseguir responder certos questionamentos que apenas uma pessoa com doutorado em alguma dessas áreas conseguiria responder. Entretanto, a inteligência animal, a inteligência social animal, a sensibilidade animal, entre diversos outros temas, já são senso comum na ciência. O manifesto citado foi apenas uma coisa que estava mais fresco na minha cabeça e do Leonardo. Eu tenho muitos livros e artigos sobre o assunto, pois, mesmo não sendo da área, estudo por diletantismo. Os autores Frans de Waal, Konrad Lorenz, Desmond Morris, e muitos, muitos outros etólogos (é a área que eu gosto de ler, por ser mais próxima da Psicologia), têm estudos longitudinais sobre diversas populações de animais. Se você quer apenas um trabalho científico, extremamente renomado, que resume um pouco do estado da arte, eu recomendo o excelente livro A ERA DA EMPATIA, do Frans de Waal, que é maravilhoso!
A revista brasileira Mente & Cérebro (de Psicologia, Psicanálise e Neurologia) fez um especial só desses temas, inteligência, inteligência social e sensibilidade animal, que também é excelente e não tem nada de "militante": https://www.lojasegmento.com.br/produtos/?animais&idproduto=3069&action=info
Fora os autores que o Leonardo citou.

É importante ainda deixar muito claro que a "ciência" não é a única área de conhecimento que aborda os Direitos Animais e nem deve ser a fonte de todas as respostas, pois a ciência ainda é utilitarista, positivista, especista, e enfim, várias críticas pertinentes cabem aí.

Por último, pra sintetizar e tentar deixar bem claro: não penso que o papel deste GS seja propor nada ou defender nada a priori. Penso que o papel deste GS seja estudar, pesquisar, construir conceitos, e assim construir o posicionamento do Partido sobre os Direitos Animais. Se isso vai pra cláusula pétrea, se vamos defender o abolicionismo ou o bem-estarismo, se..., se...., se....., isso será resultado dos estudos e debates deste GS, sem esses medos ou desejos apriorísticos.

DU

max (a)rcano33 Wed 18 Mar 2015 12:15AM

Lembrando que tudo que os GSs deliberarem em termos de programa deve ser respaldado pela Anapirata.

WG

Wellington Gonçalves Wed 18 Mar 2015 12:37AM

@max (a)rcano33 eu preferiria que os debates fossem tipo no loomio,onde todo mundo da sua opinião,ao invés de todo mundo estiver em 7 foruns diferentes…sei lá,acho mais prático.Onde se debate sobre isso ?

DU

Fabiane K Bogdanovicz Wed 18 Mar 2015 2:06AM

Wellington, como o Max esclareceu, nenhum GS delibera nada soberanamente. O Leonardo sugeriu anteriormente que você consultasse o estatuto, e acho que você deveria tê-lo feito, pois parece não ter um entendimento muito claro sobre o que é e para que serve um Grupo Setorial. Segue o ctrl+c, ctrl+v do estatuto:

Art. 55. Os Grupos Setoriais Nacionais são responsáveis por:
I – Pesquisar e discutir temas em nível nacional, bem como pela direção de pesquisas interestaduais ou internacionais, em sua área específica de atuação;
II – Publicar catalogar o resultado dessas pesquisas perante os demais órgãos do Partido em todos os níveis;
III – Fazer contato e interagir com o setor acadêmico e a sociedade civil em nível nacional, na sua área de atuação;
§1º Os Grupos Setoriais Nacionais serão criados por convocação de órgão da estrutura administrativa nacional ou por demanda autônoma de filiados, necessariamente acompanhada por Regimento Interno e Planejamento Estratégico, que serão submetidos a consulta nacional pelos meios oficiais do Partido durante 5 dias e, caso aprovados, ratificados em até 48 horas pela Secretaria-Geral.
§2º Cada Grupo Setorial Nacional será composto por, no mínimo, três pessoas filiadas ao Partido Pirata, designadas na forma do Regimento Interno, para a execução de tarefa certa pelo prazo que fixar, podendo ser por tempo indeterminado.
§3º Para a execução de tarefa determinada e pelo prazo que durar sua execução poderá ser convocada a formação de uma Grupo Setorial Nacional específico, observado o disposto para a composição e funcionamento dos demais.
§4º Cada Grupo Setorial escolherá, a cada seis meses, uma pessoa responsável pela articulação perante a Secretaria-Geral e Coordenação Nacional, pela boa condução dos trabalhos, pelo cumprimento do Regimento Interno e pelo diálogo com os demais órgãos e grupos.

Ainda, sobre processos disciplinares:
Art. 33, O órgão julgador solicitará parecer ao Grupo Nacional de Trabalho Jurídico e o utilizará de forma consultiva em decisão condenatória.
§2º O órgão julgador poderá solicitar parecer de outro Grupo de Trabalho ou Grupo Setorial Nacional, indicando os pontos de dúvida e solicitando esclarecimentos.

Dessa forma, fica claro que os GSs são uma parte da estrutura administrativa do Partido, responsável por fazer um recorte teórico temático, e contribuir com o Partido através de pesquisas e debates de um dado tema, e não tem autonomia para deliberar nada (nem mesmo seu próprio regimento interno, que precisa de aprovação geral), apenas aprofundar a construção teórica do Partido quanto a uma determinada área específica. Assim como não faz sentido que o coletivo todo fique discutindo os assuntos do GTC, GTI e GTJ, não faz sentido que todos os debates teóricos de todos os GSs sejam feitos pelo coletivo como um todo, pois gera desgaste, desentendimento e desorganização. Cada pessoa pode fazer parte do(s) GS(s) que quiser e que tiver afinidade com o tema, e contribuir para o aprofundamento daquele debate teórico, que será posteriormente exposto para o coletivo todo quando houver algum acúmulo maior ou alguma produção sobre aquele tema, para apreciação e deliberação geral.

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